quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sinta a minha traição - Parte III


A senhora gritou:
- Acha que você, apenas através de informações, conseguirá encontrar um homem que a polícia procura a mais de dez anos?
Eu, com toda a brutalidade do mundo, respondi:
- Quem é a senhora para dizer o que eu consigo ou não consigo fazer? Hein? Olhe pra você, depravada nesta varanda, com um tubo de oxigênio do lado, acha que pode dar moral a quem? Seus dias estão contados, olhe sua decadência, nem falar direito consegue mulher! Não sabe do que sou capaz.
Naquele momento, aquele local ficou em silêncio, olhei para os lados, vi as pessoas me olhando com desprezo, até que uma adolescente berrou:
- Ela pode estar perto de morrer, ou como você disse, com os dias contados. Ao menos, ela foi uma boa pessoa, ao contrário de você, que quer achar um assassino sabe Deus por que. E quando ela morrer, você se lembrará amargamente dessas palavras. Além do mais, o mundo dá volta, no entanto, nunca diga “não beberei desta água”. O futuro pode ser cruel com quem o desafia.
Eu, com todo o ódio no coração, apenas falei:
- Nunca beberei desta água, enquanto ao futuro, ele já me mostrou muitas coisas, coisas ruins demais, para uma adolescente estúpida e complexa vir me dar moral. E outra, nunca mais me retruque, você poderá se arrepender.
A garota, rindo alto, respondeu:
- Retrucar-te-ei eternamente dona razão, o que vai fazer, me matar? Ora minha querida, que moral uma assassina pode esperar? Você está abaixo da moral dos cães.
Naquele momento, nem pensei, Oh Deus, porque eu não pensei? Apenas saquei uma faca que tinha no meu bolso e parti pra cima da garota, cortei-lhe a garganta e disse:
- E você, nessas situações, a beira da morte, que moral pode me entregar?
Ela com lágrimas de dor, respondeu:
- Com a moral de uma pessoa justa que não precisou matar ninguém para parecer por cima.
Eu me levantei e não acreditando no que tinha feito, pensei:
“Sou uma assassina agora, mas, como ela pode ter afirmado que eu já era uma antes? Eu tinha cara de quem queria matá-la?”.
Por alguns instantes, me orgulhei do que tinha feito, vi aquelas pessoas berrando, ao redor daquela garota, até que ouvi:
- A polícia!
Sem pensar, roubei um carro, e dali, saí em disparada.
Entrei em um beco, onde pessoas me olhavam horrivelmente. Eu começava a ficar com medo do que podia estar me esperando, porém, continuei a viagem.
Andei quilômetros, estava com a mão suja de sangue, havia conseguido me desviar da polícia. Comecei a observar as casas ao meu redor, enquanto dirigia. Parei o carro num acostamento na frente de uma humilde casa. Sai do carro, percebo que a porta desta casa estava aberta, sem pensar entrei berrando:
 - Fui seqüestrada! Consegui fugir! Mas meu carro está aí na frente, preciso me livrar dele, ou então me acharão aqui, socorro!


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