quinta-feira, 7 de abril de 2011

Essa dor

É uma dor inesgotável, incomparável, incontrolável. Escorre pelos olhos através de lágrimas de sangue, ferindo nossa face e a marcando para o resto de nossas vidas. O desespero de olhar para o lado e saber que essa pessoa nunca mais voltará. Tentar convencer o coração despedaçado de que não há nada nesse mundo que seja capaz de reverter essa situação. Olhar para trás e perceber que tudo que passou, ficará apenas no passado, e não tem chance alguma de voltar para o presente. Ouvir o badalar do relógio e angustiantemente tremer por dentro, de medo, de agonia, de saudade. Aliás, saudade, palavra que a partir de hoje nos perseguirá até o fim de nossas vidas. E não há nada que a tire de dentro de nós.
Quando recebemos tamanha notícia, tudo escureceu, o mundo parou por alguns instantes, até percebermos o tamanho da tragédia. Morte. Tá ae uma coisa que eu jamais vou conseguir compreender. É algo tão ruim, mas que acaba nos levando para um lugar tão bom. Eu queria que agora palavras fossem capazes de confortar. Mas não são. Apenas ele de volta seria capaz de confortar a todos nós. Mas isso é impossível. Cansar nossos joelhos de tanto conversar com Deus, pedindo uma explicação. Uma explicação que não ajuda a curar esse sentimento, não mesmo.
Sei que agora ele subiu, está ao lado de seu Pai, mas nada é capaz de confortar. NADA É CAPAZ DE MUDAR ESSE SENTIMENTO DE DOR. Acabou, não tem mais volta. Gritamos, choramos, corremos de um lado para o outro confusos, e o que dói mais, digo isso mais uma vez.. É saber que não há nada que possamos fazer. Isso foi muito para o final feliz daquela família, e eu, que nem da família sou estou assim, chocada, desamparada, magoada com a vida.
É tão injusto saber que ele se foi assim, tão brutalmente. Como chegar em casa e perceber que ele não está mais lá? Como mudar esse sentimento? Como apagar essa dor? Só o tempo é capaz de responder isso. Só o tempo é capaz de curar. Só o tempo é capaz de nos confortar. Mas... E se esse tempo demorar?!
André Espíndola Pinheiro
1997 -  2011