quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Como um relâmpago

Esses dias, estava trancada em meu quarto, em pleno escuro, ouvindo músicas melancólicas e estranhas, observando os céus pela janela. É onde desliguei-me de tudo. Se desmaiei? Não sei dizer. Apenas sei que desliguei-me desse mundo, e parti numa viagem em meus pensamentos. Como um relâmpago, memórias, momentos e tristezas começaram a passar em minha mente. Imagens como flashes estavam me cegando e forçadamente fazendo-me lembrar de coisas que jamais queria ter vivido. 
Senti-me presa em um quarto sem saída, eu estava sentindo-me desesperada, não sabia para onde correr. O que estaria acontecendo comigo? Comecei a ter sensações estranhas, como se estivesse sumindo tudo de minha mente. Como um relâmpago. Minha identidade começa a se apagar. O que estaria acontecendo com Meg? Estava morrendo? Não sabia explicar. 
Foi onde desperte-me, e percebi que ainda estava encostada naquela janela, olhando para aquela imensidão escura. E o que surge no céu? Relâmpagos. Era um sinal de que? Foi onde pensei que aquilo tudo poderia ter passado em minha mente por um simples intuito: Fazer com que eu esquecesse tudo que vivi, tudo que passei durante minha vida inteira... Será? Será que a solução de meus problemas seria esquecê-los? Fugir deles? Do que me adianta fugir de sentimentos, se esses MALDITOS me perseguirão eternamente? Correrei deles? Aliás, correrei de que?! De que diabos estou me escondendo? Porque tão mal estou me sentindo? E porque a solução viria através de um simples... relâmpago?! De uma simples luz que surge do nada nos céus??!
Acho que vou eternamente me perguntar porque diabos eu senti tudo aquilo, naquela noite. Só sei que foi algo melancólico, medonho. Porém, medo, foi a última coisa que passou por minha cabeça. Eu estava (ou será que ainda estou?) fria. Senti meu coração totalmente congelado naquele momento. Amor? Compaixão? Que nada. Todos os sentimentos bons sumiram de mim. E minha vontade e sede de destruição aumentou, e aumentou. Esses sentimentos ruins me consumiram em menos de um segundo. Como um relâmpago. 
Vendo aquelas luzes no céus, fez-me perceber que de nada mais adianta lamentar, que de mais nada adianta eu correr, que esse perigo, estará eternamente comigo. 
Porém, o que fiz? Não fugi de meus sentimentos. Não mesmo. Apenas os desliguei de dentro de mim. Como uma noite de tempestade gelada, com relâmpagos e trovões, assim estou por dentro. E sim, a culpa disso é dele. Ele fez-me ficar fria, gelada, sem piedade, sem medo, sem amor. Apagou tudo de dentro de mim. Como um aparelho, meus sentimentos se desconectaram de mim. Tudo esta desligado. E sabe de uma coisa? Pretendo NUNCA mais ligá-los. Prefiro eles desligados. Prefiro ser fria. Prefiro não amar. Prefiro não ter piedade. 
Prefiro não ser boa. Pois agora está tudo acabado. Como um relâmpago, sumirei de sua vida para nunca mais voltar. Não, eu não desisti. Eu apenas cansei de sofrer. Você transformou meu ser em algo inabitável para sentimentos nobres e puros. Estou apagando-me de você. Estou apagando-me do mundo. Estou desligando-me da vida. Vivi? Pouco mais vivi. E agora fui embora para sempre. E não procure, pois nunca me encontrará. Já que sou... Como um relâmpago.

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