terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sinta a minha traição - Parte I

Pois então povo, vou começar a postar meu livro aqui, hmmmmm. foda-se ;)


Apresentação

E então, o amor a despedaçou por inteiro. Ela não sabia mais o que fazer. O amor doentio estava tomando conta de seu coração. Era com este sentimento tão cruel, que Isabel estava acompanhada. Ela tinha que seguir sua vida como uma mulher normal. Mas o amor que era doce e carinhoso tornou-se ódio e raiva profundo, que só a vida pode lhe ensinar a contê-lo. Através de problemas e sofrimentos, Isabel aprendeu que às vezes, nem toda atração podemos chamar de amor. E então, até onde o satanismo é capaz de levar uma vida?

  
                                                                   

01O ódio ardia de tanto amor.

“Até que uma hora, eu desmaiei de cansaço. Enquanto estava desmaiada, passou a retrospectiva da minha vida inteira, dentro da minha cabeça. Apareceu tudo, tudo mesmo, desde quando me conheço por gente.
O ódio me fez lembrar-se de cada detalhe, cada sofrimento, cada choro, porém, cada alegria também.”



Era uma noite normal, ao menos, parecia. Mas o que o mundo inteiro não estava vendo, era o quanto meus olhos ardiam diante daquela cena. Ninguém percebia, o quanto eu estava gritando por dentro, o quanto eu chorava, o quanto eu sofria... Ali, sem se mover, sem dizer uma palavra, simplesmente, observando tudo de fora, sem saber o que fazer.
A forma com que os dois conversavam comigo, ia consumindo toda a minha força, toda a minha razão de viver. Naquele momento, não existia amizade que suportasse tamanha... Pode se dizer, “traição”.
Por alguns instantes eu pensei que não era a intenção dos dois me magoar, ainda mais que um dos lados não sabia de nada. Mas o outro sim, o outro lado que eu tanto confiei minha vida toda, entreguei minha amizade por completo, somente para este lado... O mesmo parecia querer me provocar, queria que eu falasse além do necessário... Se bem que, o necessário eu jamais tinha dito, a razão de pedir satisfações ao meu grande amor nunca esteve ao meu lado. Não posso cobrar de uma pessoa aquilo que não pedi.
Parecia tarde demais, e sem possuir mais forças para suportar aquilo, simplesmente, saí correndo dali e me tranquei no banheiro daquela boate. Saí sem dar satisfação a nenhum dos dois, nem avisei, simplesmente saí!
Claro, ela não poderia deixar de vir perguntar o que houve, e naquele momento, eu destruí a nossa amizade, quem sabe, para sempre.
Pois eu menti, menti sim! Disse que eu estava mal e não queria mais falar com ninguém. Acho que ela percebeu a pitada de mentira ali, aliás, tenho certeza.
O que eu mais sentia naquela hora, era ódio, e eu não pude evitar isso. Tive vontade de destruir tudo e todos, como se os outros, tivessem culpa da minha falta de coragem.
Pensei em desabafar tudo para ele, jogar todas as esperanças no lixo, destruir a paciência, ouvir a pressão, e esquecer-se da razão. Mas, mesmo no fundo do poço, algo me disse para esperar, pois o momento certo ainda iria chegar.

                                                                                                    Página 1.

Fui dormir perturbada, não conseguia nem pensar direito, queria sumir, fugir, e nunca mais voltar...
Depois daquela noite, nunca mais consegui encarar a situação com coragem. O medo tomou conta de mim, queria fazer-me destruir a pessoa que eu mais amava. Foi então que, este receio, este medo assustador, me fez jurar uma coisa a mim mesma, ele nunca iria saber desse amor.
O que mais me deixava encurralada era saber que, pouco antes desse juramento, eu tinha contado a muitas pessoas sobre esse meu amor, pode se dizer, platônico.
E quanto eu via alguém que sabia desse amor, conversar com ele, conversar com o Cauã, eu ficava desesperada, achava que todos iriam dar com a língua nos dentes. Na minha mente, todo mundo ao meu redor era traidor, todo mundo queria acabar comigo...
Eu nunca conseguia ver as qualidades dos outros, só os defeitos, eu começava a me desvirtuar.
Passei a não me alimentar mais corretamente, bebia demais, até desmaiar, até vomitar... Acordava de madrugada, levantava-me e ia beber mais. Quando me olhava no espelho podia enxergar olheiras profundamente visíveis. Cabelos arrepiados, roupa suja... Parecia que eu estava morando na rua, de tão horrível era minha aparência.
Passaram-se dias então, e eu não mudava, apenas para pior. Os desmaios começaram e ser mais repetitivos. Até que então, essa bebida acabou. Saí em busca de mais e mais. Acabei parando na casa de uma antiga amiga minha, e resolvi entrar, e então, contar para ela sobre o juramento que eu havia feito sobre nunca contar nada para Cauã.
Quando contei a minha suposta “amiga” sobre esse juramento, ela disse:
- Você vai destruir sua vida, não sabe o que é esconder um amor de alguém, eu já passei por isso. Ele se suicidou um mês depois de eu ter jurado a mim mesma. Acontece que, o motivo do suicídio era o fato de eu nunca dizer que o amava, ele acreditava que eu amava outro, e sem se declarar para mim, se foi...
Eu, com lágrimas de puro ódio nos olhos, apenas falei:
- Eu sou diferente de todo mundo, nenhuma história fará eu trair a minha própria palavra. Queres se lamentar? Vá a algum lugar específico para isso, como a casa da sua família, onde adoram drama.
Saí dali totalmente desnorteada. Estava tonta, com fome, suja, com olheiras rochas, mas nem por isso, deixei de ir à busca de mais bebida.
Eu vi que tinha destruído a nossa amizade de 18 anos naquele momento, mas a raiva e o medo eram tão grandes ali, que por um segundo, imaginei que a culpa daquilo tudo, daquele sofrimento maldito, era dela. Pois foi através dela que eu conheci o meu amor. Meu amor? Ainda não sei como consigo denominá-lo “amor”. Acho que era uma doença, um vício maldito que não me deixava conseguir enxergar mais nada a minha frente. Eu estava completamente cega.
                                                                                                    Página 2.
                                 



                                                 

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