terça-feira, 26 de outubro de 2010

Acabou.


Meus olhos ardiam diante daquelas palavras que ali eu lia. Meu coração sangrava como nunca antes havia sangrado. As lágrimas insistiam em descer por minha face, mesmo eu querendo segurá-las. Minha respiração começava a ficar cada vez mais escassa. Não conseguia sentir o ar entrando em mim. Percebi que tudo ao meu redor começou a escurecer. Tudo começou a cair. Uma forte chuva de água congelante caía sobre o meu corpo descoberto. Sangue começou a correr de minha boca, e nem gritar, eu conseguia.
Levantei-me daquele lugar, andei até meu quarto e lá me sentei na cama. Chorando de tal maneira que eu jamais imaginava que eu poderia chorar. Olhei para minha agenda... E lá estava seu nome. Abri as janelas vagarosamente e percebi que nas estrelas, estava você. Entre soluços olhei para os céus e disse: Acabou a expectativa, acabou a esperança, acabou a ansiedade, acabou... Acabou o sonho. Tudo aquilo que eu havia vivido até ali então, foi em vão. E o que mais me desesperou naquele momento? Saber que de agora em diante terei que aprender a viver com essa dor, com esse sofrimento.
Porque tem que ser assim? Porque mais uma vez eu escolhi o caminho errado? Nunca serei capaz de amar alguém que me ame também? Além do mais, será que eu nunca serei capaz de ser feliz?!
Tive que suportar aquelas palavras entrando nos meus olhos, cortando meu coração e se gravando em minha mente. Tive que ser fingida o suficiente para você não perceber que aquilo que você disse, foi à pior coisa que eu já havia ouvido durante toda a minha vida. Tive que me levantar daquela cadeira e ir até o quarto em silêncio para que ninguém percebesse. Tive que respirar fundo e levantar da cama de manhã como se nunca tivesse lido aquilo. Tive que disfarçar para minha família enquanto eu ajuntava os milhares e milhares de pedaços do meu coração que estavam pelo chão. Tive que te amar, em silêncio.
No dia seguinte, quando me deparei com você, tive que me segurar para não me jogar em seus braços e ali chorar... Eternamente. Tive que olhar em seus olhos e fingir que NADA havia acontecido. Continuei em silêncio absoluto, tentando sorrir para todos, para que ninguém viesse me perguntar absolutamente nada. Pois se alguém me perguntasse algo, digo a você, tenho certeza de que eu não agüentaria e choraria. Choraria em sua frente.
Tenho certeza que você nem faz idéia do que eu estou sentindo agora. Sei que você jamais falou aquilo para cortar meu coração. Sei que você é bom o bastante para amar alguém que te ama, mas sei também que esse alguém JAMAIS serei eu. Porque agora chegou a hora de dizer adeus. Adeus ao sonho.
Adeus ao sonho de ser feliz. Adeus a busca por você. Adeus as esperanças... As únicas que ainda me mantinham de pé.
Estou no chão. Caída. Massacrada. Destruída... Não consigo controlar isso agora. Vai demorar para eu aprender a conviver com isso. Vai demorar para isso cicatrizar. Meu medo? Que isso jamais cicatrize.
Simplesmente agora, não tenho forças nem para teu nome chamar. Não tenho forças nem para você dizer que te amo. Queria que fosse diferente, ah como eu queria. Porque você não consegue me amar? Enquanto a única coisa que eu consigo fazer é amar você com toda a minha alma?
Você me magoou. Sem perceber, mas magoou. E demorará muito tempo para isso ser compensado. Não sei se dessa vez vou agüentar. Sinto que meu corpo começa a ficar dormente. Sinto que minha mente começa aos poucos parar. Sinto a força saindo de dentro de mim e me largando jogada. Sinto que tudo aquilo que eu sonhei simplesmente desabou, encima de minha cabeça. Sei que isso jamais se concertará. Porque você quis assim, e assim será.
Mas saiba que esse amor nunca vai acabar. Posso morrer, aqui, agora. Já estou morrendo. Mas apenas meu corpo morrerá. Portanto meu amor por ti ainda estará vivo. Porque simplesmente eu vou te amar enquanto a minha alma existir. Pois agora tenho a certeza de que, independente do que me falarem, eu saberei que agora... ACABOU.

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