terça-feira, 3 de maio de 2011

Adquira independência

Levantar de manhã, se vestir, descer a porcaria da escada de sua casa reclamando do frio/calor/sono ou algo do tipo, mas sentar-se na mesa com o café, pão e tudo mais, ali, lhe esperando, pronto. Começa a se alimentar ali, mas ainda reclamado de algo. Falta açúcar no café, ou até o mesmo tem demais. Então, você pega sua roupa, ali, limpa, separada e se troca. Pega suas coisas, que nem mesmo foi você quem comprou, e saí. No caminho da escola, entra no onibus, reclamando que tem que tirar o passe da carteira. Cujo ele, nem foi você quem comprou. Chegando na escola, muitas vezes nem cumpri todas suas obrigações. Se diz estar mal, chora, reclama, esperneia, contraria os outros e volta para casa, novamente, de onibus. Reclamando ainda, por ter de voltar assim.
Entra em casa, e reclama pela comida ainda estar no fogão, e não pronta já em seu prato. Você vai deixando coisas acumularem, joga todas as responsabilidades para o ar. Aliás, pra que responsabilidades?! Você pensa. De tarde, vai pra um empreguinho qualquer, e se diz muito "acabado" fisicamente por isso. No fim do mês, gasta seu salário com coisas fúteis, e muitas vezes, nenhum centavo é capaz de entregar a sua mãe. Pra que vou comprar tal coisa, que é essencial pra mim, se amanhã no mercado minha mãe comprará?! Mais uma vez digo, é assim que você pensa.
Chega em casa, se joga ou na frente do seu computador, ou de sua tv. Se entope de porcarias e fica reclamando por coisas bestas... QUE VOCÊ SABE QUE SÃO BESTAS! Mas mesmo assim, não cansa de jogar essas palavras fora, encomodando quem está perto. Diz que sua vida não vale nada, e que tudo está ruim, e também, que não ve graça em nada.
Aos poucos, você vem largando seus estudos... Devagar, vai frequentando cada vez menos sua escola. Não liga mais pra nada. Não se preocupa mais com nada. Apenas se preocupa se fizeram o que você pediu em casa ou não. Se não fizeram, faz um escândalo, achando que está na razão. Até que por raiva e cansaço, seus pais cedem.
Mas então, você finalmente acorda. Acorda um dia, se olha no espelho, e percebe que agora, seus pais não estão mais ali. Percebe também que todo aquele seu mísero "sacrifício" (é porque porra, teu trabalho nunca foi sacrificante!!!) não lhe proporcionou nada, você jogou seu tempo fora. Se enxerga velho, sozinho no mundo, sem estudo, sem ninguém.
Suas reclamações?! Foram afastando a todos, pouco a pouco, e você não quis ver. Suas teimosias?! Foram destruindo teus pais, até que os perdestes de vez. Suas futilidades?! Foram tomando conta do seu coração pouco a pouco, e te cegando. Sua falta de responsabilidade?! Fez você largar seus estudos, fez você destruir a única chance que lhe restava...
E agora, nessa manhã fria, você acorda,  desce as escadas, aos prantos. Olha para a mesa, ela está vazia, e ainda suja da noite passada. Sua roupinha de escola?! Deixou de servir a muito tempo... O café sem açúcar, esfriou há anos, juntamente com tua vida. Te perdestes. Te perdestes ainda, porque quisestes. Não tentastes mudar. Fostes dependente de teus pais sua vida inteira, e ainda, reclamastes disto. Agora é tarde. Eles se foram. Sua juventude se foi. Seus amigos se foram. Seus sonhos se apagaram. E agora o que lhe resta?! É sentar nessa cozinha suja e revirada, e ali chorar, até a hora de dormir. Para então acordar, e ainda perceber que agora sim tem que se sacrificar no trabalho. Horas e horas puxadas para que tenha pelo menos o que comer. De certa forma, agora você pode dizer que tua vida não vale nada. Até porque se reclamastes agora, ninguém terá que engolir suas reclamações. Tua vida está chegando ao fim... Você não lutou, não quis lutar. E agora?! Agora você está morrendo. E de nada adiantará se arrepender.








Isso foi uma indireta, beijos. E digo, se não reconhecemos nossas responsabilidades desde cedo, esse é nosso destino...

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